quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Por que massagear?


Massagem ajuda a relaxar, mas também mantém a saúde em dia.

"Ainda não tinha cansado de fazer piadas sobre o Jeff quando aconteceu comigo. Esse meu amigo subiu no telhado para ajustar a antena e quase precisou dos bombeiros para tirá-lo de lá. Uma pinçada no meio das costelas surgiu em um movimento brusco, e ele passou duas semanas de molho em casa. Cá entre nós, nada melhor para os amigos rirem. Só deixei de ver graça na situação quando minhas costas também chiaram - estava na mesma situação dele, em atividade sedentária e postura duvidosa em frente ao computador, por longas jornadas diárias.

Dia após dia, semana após semana, fui sentindo aquela dor aumentar. Quando finalmente decidi procurar alguém para apertar minhas costas, achei que uma, no máximo duas massagens já resolveriam. Na verdade, foram dois anos aprendendo a sentar novamente, a apoiar melhor os pés no chão, a ficar em pé com a coluna encaixada no lugar certo, sem falar nas muitas, mas muitas massagens para reordenar toda a minha cadeia muscular, do pescoço até os pés. Foi uma trabalheira danada despertar meu corpo. Porque, com o toque, você não sente só sua pele, seus músculos, seus ossos e nervos. Sente o seu contorno, passa a ter noção da casa onde você mora, a vida que pulsa em cada célula. Não é de se espantar que a procura pela massagem esteja em voga nos Estados Unidos, na Europa e nas grandes metrópoles do Brasil - sem falar no Oriente, onde é moda há uns 6 mil anos.

Cada sessão dura, em média, uma hora. Nesse período, a mão do massoterapeuta - nome erudito do massagista - pressiona suas costas, pescoço, ombros, braços, mãos, dedos, nádegas, coxas, panturrilhas, cabeça e até sobrancelhas. Empurra sua perna para um lado, para outro. Te põe de bruços, te vira para cima. Aperta tudo.

Ao final, uma sensação de leveza, de estar novo em folha. Inegável, é um presente - há quem dê sessões aos amigos em aniversários!

Mas a massagem não é uma solução fácil. Quer saber por quê? Porque todas irão propor que você entre em contato não só com seu corpo, mas com tudo que está guardado nele. A dor no meio das costas, por exemplo. Ela pode ser causada pelo pescoço, que está muito pra frente, sobrecarregando a coluna cervical. O pescoço projetado para a frente é um erro de postura que, independentemente de sua história, pode ser interpretado como excesso de ansiedade, idéias à frente dos fatos, falta de contato com o hoje. Para resolver a dor, só vivendo mais no aqui e agora."

Revisão geral

Explico: com os pensamentos no presente, o corpo fica mais centrado, e sua cabeça, nuca e pescoço relaxam naturalmente. Por outro lado, vendo a questão à luz da medicina chinesa, um bom doutor poderia lhe dizer algo quase incompreensível, como: "Existe uma deficiência de yin do Gan e do Shen com ascensão de fogo falso do Gan. Há um excesso de atividade, hiperestimulando o metabolismo. Falta acalmar a mente, repousar e nutrir-se. Ou seja, mesmo por outro ponto de vista, você também precisa entrar em contato com o presente. No final, a massagem - sim, aquela deliciosa massagem - visa uma cura completa, uma revisão da sua vida, não um alívio rápido para dores. Para isso bastariam analgésicos. E pode não ser uma revisão rápida.

Passei quatro dias experimentando todo tipo de massagem - imagine o doce sacrifício - e percebi que alguns processos são propositadamente longos, planejados para mexer com calma em sua estrutura. Isso para lhe dar tempo de assimilar as mudanças, de aceitá-las e, o mais importante, de querê-las. "Meu trabalho vai até onde a pessoa permite, nem mais nem menos", diz Beatriz Whitaker, terapeuta de rolfing, uma técnica de massagem que surgiu no século 20 "Porque o que importa é caminhar junto, trabalhar junto."



Por Alessandro Meiguins

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