terça-feira, 26 de junho de 2012

Tocar a pele alivia a dor

Sentar-se à beira da cama de uma pessoa doente e acariciar sua mão é um impulso natural da maioria dos seres humanos. Mas uma nova pesquisa, feita por cientistas suecos, comprovou que, além de criar uma sensação agradável, o toque na pele pode de fato ajudar a aliviar a dor.

Os pesquisadores da Academia Sahlgrenska fizeram testes em um grupo de pessoas saudáveis usando uma técnica chamada microneurografia. Os testes mostraram que os sinais do toque na pele das mãos têm uma rota direta para o cérebro, ajudando desta forma a aliviar a dor. Os resultados foram publicados na revista Nature Neuroscience.

Carinho é mais forte que a dor

"Basicamente, os sinais que dizem ao cérebro que nós estamos sendo tocados têm sua própria rota direta para o cérebro e não são bloqueados mesmo se o cérebro está recebendo impulsos de dor da mesma área," conta Line Löken, um dos participantes da pesquisa.

"De fato, o que acontece é o oposto - os impulsos do toque são capazes de anular os impulsos de dor," acrescenta o pesquisador.

Robô carinhoso

Cada fibra nervosa no corpo é responsável por sinais de toque em uma área de aproximadamente um centímetro quadrado da pele. Os pesquisadores avaliaram as respostas nervosas de diferentes áreas da pele utilizando uma espécie de robô especialmente projetado para a tarefa, que alisava continuamente a área da pele sob responsabilidade de cada fibra nervosa em particular. Para cada área, os voluntários davam notas para as sensações de prazer que eles sentiam.

"Inserindo um finíssimo eletrodo em um nervo no antebraço nós podemos capturar os sinais de uma das milhares de fibras nervosas que compõem o nervo," diz o professor Hakan Olausson, que coordenou a pesquisa.

Nervos CT

As fibras nervosas especializadas na pele são chamadas nervos CT (C- tátil). Elas viajam diretamente para as áreas do cérebro que são responsáveis pelas sensações e pelos sentimentos.

"À medida que os sinais nervosos enviados pelos nervos CT se tornam mais frequentes, mais o voluntários relatavam a experiência como sendo agradável. Dos nervos da pele que nós estudamos, apenas os nervos CT apresentaram essa forte conexão entre a frequência dos sinais e a sensação de prazer proporcionada," diz Johan Wessberg.




Cordis

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