domingo, 17 de janeiro de 2016

Chi Nei Tsang, uma massagem libertadora



Originária da tradição taoísta e do qi gong, a Chi Nei Tsang
 é uma massagem abdominal dos órgãos internos, praticada 
outrora pelos monges para conservar sua saúde. Introduzida 
nos Estados Unidos na década de 1970 por Mantak Chia
mestre taoísta, esta prática começou a ser usada também 
na França. “Trabalhando sobre o ventre e os órgãos internos 
associados, nós colocamos em andamento uma dinâmica tanto 
física como emocional”, explica Marie-France Bouvier
massagista parisiense. Uma série de movimentos rápidos ou 
profundos da região abdominal relaxa as tensões residuais e libera
 bloqueios tanto físicos como emocionais. “Se inicialmente as 
pessoas vêm muitas vezes para tratar de um problema físico – dor
 nas co
stas, dor no estômago, problemas de digestão, dores, constipações
 – elas acabam encontrando muito mais do que isso”.
Na verdade, tocar o abdômen, uma região considerada durante muito tempo um tabu, é, em primeiro lugar, uma oportunidade para constatar o quanto estamos desconectados do nosso corpo. “Através de massagens e da respiração, realizamos um grande trabalho na região do abdômen e do diafragma, um importante elo de ligação entre a parte superior e a parte inferior, explica Marie-France Bouvier. Quando retemos as nossas emoções, nós respiramos pelo alto, causando bloqueios, tensões e doenças”.
A massagista desvenda essas tensões como “pequenos nós”, muitas vezes relacionadas a vivências difíceis. “As pessoas exprimem muitas emoções, como a raiva ou os choros durante a sessão e se surpreendem com isso”, relata.
Às vezes, as emoções surgem após a sessão sob a forma de tristeza ou de choro ou ainda de um grande cansaço. “As emoções surgem e as massagens ajudam a digeri-las. A lembrança não se apaga, mas a ligação afetiva desaparece, permitindo que a pessoa exercite um esquema de hábitos e de pensamentos mais benéficos”, disse Marie-France Bouvier. Além dessa liberação emocional, os pacientes relatam também uma melhora física significativa em dores nas costas, em problemas digestivos ou de sono.
“Pouco a pouco as pessoas encaram a vida de maneira mais simples, deixam de ser fatalistas, param de ruminar e colocam as coisas em seu devido lugar”, observa Marie-France Bouvier. Após algumas sessões, os pacientes estão municiados com alguns instrumentos, como exercícios de respiração, automassagens ou práticas de visualização do corpo.

A reportagem é de Sophie Bartczak e publicada por La Vie, 12-11-2015. A tradução é de André Langer.

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