quarta-feira, 1 de junho de 2016

O plano psicológico das Massagens



Estamos habituados a considerar a massagem como uma atividade puramente terapêutica. No entanto, apesar, de suspeitarmos da existência de um tesouro escondido sob o álibi médico, é certo também que suas diferentes pistas nunca surgem claramente. Intensidade de comunicação da qual a famosíssima “massagem tailandesa” em sua versão de exportação só ilustra um único aspecto e, assim mesmo, sem esgotá-lo.

O plano psicológico das Massagens

Encontramos na massagem os bloqueios que estio presentes em todo tipo de relacionamento. Na verdade, as mãos vêem melhor do que os olhos. E se as mãos vêem, assim como são capazes de julgar e acusar, elas também podem aceitar e reconfortar. Quando se é massageado, é todo o “eu” que entra em cena; nesse relacionamento não-verbal as trapaças e os esconderijos da palavra, do discurso, não estão mais lá para salvaguardar as defesas de pessoa enquanto ser social.
Em situações corriqueiras as palavras encontram-se, de ordinário, presentes para que se descubra com o outro um terreno de entendimento a “meio caminho’, e para garantir uma certa neutralidade do corpo. Se as palavras chegam a faltar, então, em desespero de causa, o corpo e os gestos decidem entrar em jogo e manifestando o que a palavra não pode mais esconder: ódio ou amor, agressividade ou ternura.
Aceitar o contato de mãos que percorrem todo o corpo é aceitar entregar-se sem barreiras a uma comunicação sem véus, e é também compreender, através do corpo, que o outro não é forçosamente um censor que aceitará ou recusará a sua complacência. A situação da massagem, quer sejamos ativos, quer passivos, permite a experiência direta de nossos temores e, numa certa medida, a resolução de nossos fantasmas auto-depreciativos. Medo de tocar, medo de ser tocado devem gradualmente transformar-se em confiança e prazer mútuos. Praticar a massagem é pôr-se a nu, no sentido pleno do termo.

Massagens para tratamento

Pelo fato de, no caso de uma enxaqueca ou de outras dores, uma ligeira massagem ser sempre preferível à ingestão automática de um medicamento, o aspecto teraprutico é o essencial da massagem. Na tradição da medicina oriental, o ato de massagear não tem outro intuito que o de tratar ou aliviar. Trata-se de um ato de natureza médica, e não se conhece escola ou estilo ue se enderecem a indivíduos em bom estado de saúde e centrados em sei.conjunto. ao passo que nas culturas indiana e mediterrânea inúmeras manipulações dão provas de que essas tradições reservaram um lugar ao prazer individual.
As massagens  no Ocidente adaptam-se sobretudo ao tratamento das dores musculares e articulares assim como às sequelas de certas doenças dos sistemas nervoso e circulatório. No entanto, há uma escola alemã que se interessa pela ação de zonas reflexas sobre os órgãos profundos através da manipulação dos tecidos conjuntivos, e estende a eficácia das massagens de inspiração ocidental às doenças cardíacas, gástricas, respiratórias, etc. De qualquer modo, essas esperanças estão fora do alcance dos não-médicos.
As massagens orientais, inseridas numa visão corpo e da medicina diferente da nossa, são mais bem adaptadas uma prática doméstica e amistosa: as manipulações geralmente são simples, os pontos de referência são facilmente encontrados no corpo; na China, há poucos adolescentes que, por meio de massagens, não sejam capazes de socorrer um velhinho que sinta um mal-estar na rua.
Se nos limitarmos a certos distúrbios ligeiros e a certas dores, veremos que possuímos um arsenal de práticas eficazes que não implicam nenhum perigo. As massagens japonesas e chinesas apoiam-se totalmente na teoria da acupuntura: às vezes elas são mais indicadas do que a agulha, por outro lado, frequentemente sua ação é fraca demais para cumprir as mesmas tarefas.
Foi por esse motivo que o fabuloso Imperador Amarelo ordenou a seu conselheiro kipo que acrescentasse as massagens à acupuntura e às moxas, a fim de que o povo aprendesse essas técnicas e deixasse de consumir drogas tóxicas que levam à morte precoce.

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